Primeiro dia de um novo ano chamado 2019. Momento de fazer planos, traçar metas e renovar promessas que ficaram pelo caminho. É também aquele dia que olhamos para trás e enxergamos todas as conquistas alcançadas no ano que findou. Assim como, mesmo que em menor intensidade, também avaliamos as derrotas, as frustrações e decepções da vida.
É neste primeiro dia do ano que
colocamos na balança da vida o que consideramos vitórias e derrotas. Mas, será
mesmo que estamos corretos em nossos conceitos? O que de fato é importante para
consideramos como grandes conquistas? O que é fundamental e o que é essencial
na vida?
Talvez neste primeiro dia do ano
tem alguém decepcionado por não ter conquistado o carro novo em 2018. Ou quem
sabe aquela tão sonhada reforma da casa, ou a compra de um novo imóvel para o
aconchego da família. Quem sabe tem gente triste porque seu candidato não
ganhou as eleições do ano passado. Outros porque não viajaram para curtir a
virada do ano em alguma praia paradisíaca. Acredite, tem pessoas muito
frustradas por não estarem entre os 52 sortudos que ganharam na mega da virada.
Tudo bem, vamos ser honesto. Todos nós vivemos e trabalhamos para realizar
sonhos como alguns destes que foram citados. Mas, talvez a pergunta que pede
resposta neste primeiro dia do ano seja: o que é fundamental e o que realmente
é essencial na minha vida?
Uma pergunta totalmente
subjetiva, já que o importante para um pode ser desprezível para outro.
Contudo, cabe a reflexão sobre as coisas que realmente importam em nossas vidas
e nos impulsionam a conquistá-las ou mantê-las.
Esta pergunta me confronta desde
ontem algumas horas antes da virada do ano. Estava na igreja com minha família
e comecei a observar os detalhes em meio às pessoas que estavam ali cultuando e
esperando a chegada de um novo ano. Gente de todas as idades, de diferentes
posições sociais e credo religioso. Mas em meio a tanta gente, uma pessoa em
especial me chamou a atenção. Um senhor de aproximadamente 60 anos, casado, pai
e avô. O seu nome é Demétrio do Espírito Santo, morador da zona rural de Assis
Brasil em uma pacata propriedade distante algumas dezenas de quilômetros da
cidade. Este senhor, para mim, era de longe a pessoa mais alegre entre todos
que ali estavam. Sua felicidade era contagiante, seu abraço verdadeiro e suas
lágrimas traziam para fora a pureza escondida dentro daquele coração.
Conheço o senhor Demétrio há três
anos. Ele não tem emprego, não é aposentado, sua esposa da mesma maneira não
possui renda alguma. Os dois já estão com idade avançada para o trabalho pesado
da lavoura. Sobrevivem daquilo que ainda conseguem plantar e colher. Moram em
uma casinha onde não chega carro, onde não tem energia elétrica e nenhum tipo
de assistência médica. Eles não possuem carro, moto ou bicicleta. Precisam
caminhar dezenas de quilômetros para chegar até a beira da estrada de onde
esperam por uma carona.
Esse casal era o mais feliz na
festa de ontem. Digo casal, pois, pra ser justo, tenho que incluir dona Fátima,
esposa do senhor Demétrio, nesta narrativa. Mas o contraditório é que eles
tinham tudo para reclamar do ano de 2018, pelo menos na visão da maioria das
pessoas. Pelo contrário, eles estavam alegres e isso era evidente. Mas, por
quê?
Seu Demétrio e dona Fátima
possuem duas coisas essenciais em nossas vidas: fé e gratidão. Pela fé eles
conseguem enfrentar todos os obstáculos e ainda são gratos por aquilo que
muitos estão desprezando: amigos, saúde, família e outras dádivas que Deus nos dá todos os dias, e de graça.
O escritor Mario Sérgio Cortella
disse certa vez que “as pessoas estão começando a fazer uma distinção
necessária entre o que é essencial e o que é fundamental”.
Assim sendo, para iniciar este ano podemos relacionar
o que seria fundamental em nossas vidas, como, por exemplo, uma boa casa para
morar, um meio de transporte, uma renda estável, boa escola para os filhos,
viagens e lazer com a família, e tantas outras coisas consideradas fundamentais
para viver a vida. Agora temos que responder a pergunta: e o que é essencial na
sua vida?
A palavra essencial é um adjetivo
de dois gêneros que qualifica algo ou alguém que é de fundamental importância,
que tem um valor significativo, que é vital, imprescindível. Talvez com essa
definição, encontrada facilmente em qualquer dicionário da Língua Portuguesa,
possamos compreender melhor a questão.
Por certo já conseguimos entender que um carro novo pode ser fundamental, mas que sua saúde ou de
algum membro de sua família é essencial. Aquela viagem do sonho é fundamental,
mas o abraço e carinho da mamãe é essencial. A reforma da casa é fundamental,
mas o pão nosso de cada dia e a família reunida em volta da mesa é essencial.
Uma boa poupança é fundamental, mas o sorriso de gratidão daquele desconhecido
que você ajuda sem querer nada em troca é essencial. Realizar a bonita festa de
aniversário da esposa é fundamental, mas ouvir ela falar eu te amo é essencial.
Enfim, existem coisas fundamentais e outras essenciais sem as quais a vida não
faz o menor sentido.
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